segunda-feira, 23 de setembro de 2013

PABLO NERUDA

                   Pablo Neruda nasceu em Parral, em 12 de julho de 1904, como Neftalí Ricardo Reyes Basoalto. Era filho de José del Carmen Reyes Morales, um operárioferroviário, e de Rosa Basoalto Opazo, professora primária, morta quando Neruda tinha apenas um mês de vida. Ainda adolescente adotou o pseudônimo de Pablo Neruda (inspirado no escritor checo Jan Neruda), que utilizaria durante toda a vida, tornando-se seu nome legal, após ação de modificação do nome civil.
                       Em 1906 seu pai se transferiu para Temuco, onde se casou com Trinidad Candia Marverde, que o poeta menciona em diversos textos, como "Confesso que vivi" e "Memorial de Ilha Negra", como o nome de Mamadre. Estudou no Liceu de Homens dessa cidade e ali publicou seus primeiros poemas no periódico regional A Manhã. Em 1919 obteve o terceiro lugar nos Jogos Florais de Maule com o poema Noturno Ideal.
                       Em 1921 radicou-se em Santiago e estudou pedagogia em francês na Universidade do Chile, obtendo o primeiro prêmio da festa da primavera com o poema "A Canção de Festa", publicado posteriormente na revista Juventude. Em 1923 publica Crespusculário, que é reconhecido por escritores como Alone, Raúl Silva Castro e Pedro Prado. No ano seguinte aparece pela Editorial Nascimento seus Vinte poemas de amor e uma canção desesperada, no que ainda se nota uma influência do modernismo. Posteriormente se manifesta um propósito de renovação formal de intenção vanguardista em três breves livros publicados em 1936:O habitante e sua esperançaAnéis (em canto nenhum-colaboração com Tomás Lagos) e Tentativa do homem infinito.
                         Em 1927 começa sua longa carreira diplomática quando é nomeado cônsul em Rangum, na Birmânia. Em suas múltiplas viagens conhece em Buenos AiresFederico Garcia Lorca e, em Barcelona, Rafael Alberti. Em 1935, Manuel Altolaguirre entrega a Neruda a direção da revista Cavalo verde para a poesia na qual é companheiro dos poetas da geração de 1927. Nesse mesmo ano aparece a edição madrilenha de Residência na terra.
                          Em 1936, eclode a Guerra Civil espanhola; Neruda é destituído do cargo consular e escreve Espanha no coração. Em 1945 é eleito senador. No mesmo ano, lê para mais de 100 mil pessoas no Estádio do Pacaembu em homenagem ao líder comunista Luís Carlos Prestes. Em 1950 publica Canto Geral, em que sua poesia adota intenção social, ética e política. Em 1952 publica Os Versos do Capitão e em1954 As uvas e o vento e Odes Elementares.
                             Em 1953 constrói sua casa em Santiago, apelidada de "La Chascona", para se encontrar clandestinamente com sua amante Matilde, a quem havia dedicado Os Versos do Capitão. A casa foi uma de suas três casas no Chile, as outras estão em Isla Negra e Valparaíso. "La Chascona" é um museu com objetos de Neruda e pode ser visitada, em Santiago. No mesmo ano, recebeu o Prêmio Lênin da Paz.
                      Em 1958 apareceu Estravagario com uma nova mudança em sua poesia. Em 1965 lhe foi outorgado o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de OxfordGrã-Bretanha. Em outubro de 1971 recebeu o Nobel de Literatura. Após o prêmio, Neruda é convidado por Salvador Allende para ler para mais de 70 mil pessoas no Estadio Nacional de Chile.
                      Morreu em Santiago em 23 de setembro de 1973, de câncer na próstata. Encontra-se sepultado em sua propriedade particular em Isla NegraSantiago no Chile. Postumamente foram publicadas suas memórias em 1974, com o título Confesso que vivi .
                          Em 1994 um filme chamado Il Postino (também conhecido como O Carteiro e O Poeta ou O Carteiro de Pablo Neruda no Brasil e em Portugal) conta sua história na Isla Negra, no Chile, com sua terceira mulher Matilde. No filme, que é uma obra de ficção, a ação foi transposta para a Itália, onde Neruda teria se exilado. Lá, numa ilha, torna-se amigo de um carteiro que lhe pede para ensinar a escrever versos (para poder conquistar uma bonita moça do povoado).
                            Durante as eleições presidenciais do Chile nos anos 70, Neruda abriu mão de sua candidatura para que Allende vencesse, pois ambos eram marxistas e acreditavam numa América Latina mais justa o que, a seu ver, poderia ocorrer com o socialismo.
                      A MORTE- MISTÉRIOS
                     Quarenta anos depois, a morte do poeta e Prêmio Nobel de Literatura chileno, Pablo Neruda, continua sendo um mistério. Conhecido por suas poesias de amor e sua militância no Partido Comunista, Neruda morreu no dia 23 de setembro de 1973 – duas semanas depois do golpe militar que derrubou o governo socialista de Salvador Allende.
O poeta estava internado na Clínica Santa Maria, em Santiago, a capital chilena, com câncer de próstata, quando o general Augusto Pinochet bombardeou o Palácio La Moneda, levando Allende a cometer suicídio e inaugurando 17 anos de ditadura. Em março passado, seu corpo foi exumado porque existe a suspeita de que a doença não matou Neruda – ele teria sido envenenado por ordem de Pinochet.
                     De acordo com Isabel Allende, em seu livro Paula, Neruda teria morrido de "tristeza" em setembro de 1973, ao ver dissolvido o governo de Allende. A versão do regime militar do ditador Augusto Pinochet (1973-1990) é a de que ele teria morrido devido a um câncer de próstata. No entanto, fontes próximas, como o motorista e ajudante do poeta na época, Manuel Araya, afirmam com insistência que o poeta teria sido assassinado, estando a própria justiça do Chile a contestar a versão oficial sobre a sua morte. Em Fevereiro de 2013, um juiz chileno ordenou a exumação do corpo do poeta, no âmbito de uma investigação sobre as circunstâncias da morte.

                           Encontra-se sepultado na sua propriedade particular em, Isla Negra Santiago, no Chile. Os restos mortais do poeta foram exumados a 08 de abril de 2013 para esclarecer as circunstâncias da sua morte. Segundo a versão oficial, morreu de um agravamento do cancro da próstata a 23 de setembro de 1973, 12 dias depois do golpe de estado perpetrado contra o seu amigo e presidente socialista Salvador Allende. Mas testemunhos recentes puseram em causa essa versão e evocaram um assassinato comandado pela ditadura, para evitar que Neruda se tornasse um opositor de prestígio, eventualmente a partir do exílio. 

                        A denúncia, que levou à exumação do corpo do poeta e amigo de Allende, foi feita pelo motorista e secretário de Neruda, Manuel Araya. Segundo ele, Neruda foi envenenado no hospital, um dia antes de partir para o exílio no México. Ele contou que – apesar de ter sido diagnosticado com câncer de próstata – o poeta não estava à beira da morte. Como prova, disse que Neruda pesava 124 quilos na época e escreveu, até o último momento, seu livro de memórias Confesso Que Vivi.
                    “Neruda ainda tem muito a oferecer e continuamos a apreender com ele”, disse nesse domingo (22) um dos sobrinhos do poeta, em cerimônia para marcar os 40 anos da morte do Premio Nobel de Literatura de 1971. Os resultados das investigações sobre as causas da morte – que estão sendo feitas nos Estados Unidos e na Espanha – devem ficar prontos no próximo mês.
                          Mas este não é o único caso que está sendo investigado. O ex-presidente Eduardo Frei Montalva (1964-1970) teria morrido em 1982 de uma infecção hospitalar na mesma Clínica Santa Maria onde Neruda foi internado. Mas há indicações de que ele teria sido envenenado. 
                       “Os primeiros indícios de que a morte de meu pai era suspeita surgiram em 2000, quando eu era presidente e pude reformar o sistema judicial e reabrir vários processos, fechados na época da ditadura”, disse à Agência Brasil o ex-presidente Eduardo Frei Tagle (1994-2000), filho do ex-presidente Eduardo Frei Montalva. “Começamos a desvendar um capítulo desconhecido, até pouco tempo, da ditadura de Pinochet. Além das execuções e torturas, o regime militar usava produtos químicos para liquidar a oposição”.

                       


A OBRA DE NERUDA.
·         Crepusculario. Santiago, Ediciones Claridad, 1923.
·         Veinte poemas de amor y una canción desesperada. Santiago, Nascimento, 1924.
·         Tentativa del hombre infinito. Santiago, Nascimento, 1926.
·         El habitante y su esperanza. Novela. Santiago, Nascimento, 1926. (prosa)
·         Residencia en la tierra (1925-1931). Madrid, Ediciones del Arbol, 1935.
·         España en el corazón. Himno a las glorias del pueblo en la guerra: (1936- 1937). Santiago, Ediciones Ercilla, 1937.
·         Tercera residencia (1935-1945). Buenos Aires, Losada, 1947.
·         Canto general. México, Talleres Gráficos de la Nación, 1950.
·         Todo el amor. Santiago, Nascimento, 1953.
·         Odas elementales. Buenos Aires, Losada, 1954.
·         Nuevas odas elementales. Buenos Aires, Losada, 1955.
·         Tercer libro de las odas. Buenos Aires, Losada, 1957.
·         Estravagario. Buenos Aires, Losada, 1958.
·         Cien sonetos de amor (Cem Sonetos de Amor). Santiago, Ed. Universitaria, 1959.
·         Navegaciones y regresos. Buenos Aires, Losada, 1959.
·         Poesías: Las piedras de Chile. Buenos Aires, Losada, 1960.
·         Cantos ceremoniales. Buenos Aires, Losada, 1961.
·         Memorial de Isla Negra. Buenos Aires, Losada, 1964. 5 vols.
·         Arte de pájaros. Santiago, Ediciones Sociedad de Amigos del Arte Contemporáneo, 1966.
·         Fulgor y muerte de Joaquín Murieta. Bandido chileno injusticiado en California el 23 de julio de 1853. Santiago, Zig-Zag, 1967. (obra teatral)
·         La Barcaola. Buenos Aires, Losada, 1967.
·         Las manos del día. Buenos Aires, Losada, 1968.
·         Fin del mundo. Santiago, Edición de la Sociedad de Arte Contemporáneo, 1969.
·         Maremoto. Santiago, Sociedad de Arte Contemporáneo, 1970.
·         La espada encendida. Buenos Aires, Losada, 1970.
·         Discurso de Stockholm. Alpigrano, Italia, A. Tallone, 1972.
·         Invitación al Nixonicidio y alabanza de la revolución chilena. Santiago, Empresa Editora Nacional Quimantú, 1973.
·         Libro de las preguntas. Buenos Aires, Losada, 1974.
·         Jardín de invierno. Buenos Aires, Losada, 1974.
·         Confieso que he vivido. Memorias. Barcelona, Seix Barral, 1974. (autobiografia)
·         Para nacer he nacido. Barcelona, Seix Barral, 1977.
·         El río invisible. Poesía y prosa de juventud. Barcelona, Seix Barral, 1980.
·         Obras completas. 3a. ed. aum. Buenos Aires, Losada, 1967. 2 vols.

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