As Lojas Maçônicas Remanso e
São Pedro N° 125 realizaram na segunda-feira, dia 16, uma Sessão Magna Pública
em homenagem à Epopeia Farroupilha, no Templo da centenária Loja Maçônica
Remanso.
Os
Veneráveis Mestres Gilberto dos Santos (Remanso) e Ibanês Freitas (São Pedro Nº
125), denominados na ritualística gauchesca de Patrões, conduziram a bela
Sessão, prestigiada por aproximadamente 70 pessoas, entre maçons, familiares,
visitantes e artistas, que abrilhantaram a noite em que a Maçonaria, mais uma
vez, prestou sua homenagem aos heróis farroupilhas, dentre eles, importantes
maçons.
Obedecendo um ritual
gauchesco/maçônico, nas "Lidas do Dia", aconteceram as apresentações
artísticas, iniciando com a interpretação da música Negrinho do Pastoreio pelo
maçom João Rodolfo Bayer (Remanso), acompanhado pelo jovem músico Henrique
Arboite Torrel De Bail. O maçom Walter Stein (São Pedro N° 125) declamou uma
poesia, e, na sequência, a jovem Laura Amália Einloft interpretou no teclado a
música Vento Negro. Da Loja São Pedro N° 125, o maçom Leonir Roati de Moraes,
juntamente com os Irmãos Cézar, brindaram o público com 2 belas apresentações.
A Seguir, com o acompanhamento de Henrique Arboite Torrel De Bail, o maçom
Moisés Silveira de Menezes (Remanso) declamou a poesia intitulada "Tempo
de Saudade". De Santa Maria; da Loja Maçônica Honra e Verdade, o maçom
Marco Maioli, também encantou a todos com 2 belas músicas gaúchas. Finalizando
as apresentações, o renomado poeta e declamador Francisco Miguel Scaramussa
declamou uma poesia de autoria de Moisés Silveira de Menezes, “A Alma de Souza
Netto”.
Fechando com "chave de
ouro" a bonita noite em homenagem a Epopeia Farroupilha, todos
confraternizaram no salão de festas "Walter Herz", da Loja Remanso,
com um tradicional churrasco.
Entre os maçons ilustres presentes,destacamos
o Venerável de Honra Ad Vitan, Arthur Carlos Spode e João Domingues Flores da
Costa, ambos da Remanso e com 60 anos de Ordem Maçônica; Paulo Fernandes Gobus,
deputado da Poderosa Assembléia Legislativa Maçônica, onde representa a Loja
Remanso; o Venerável Mestre Hilton Brust, da Loja Honra e Verdade, de Santa
Maria; e Melsar José Dal Ri, da Loja Rui Barbosa III, de Santa Maria.
O papel desempenhado, ou mesmo se a maçonaria envolveu-se
na Guerra dos Farrapos é fator ainda hoje de muitas controvérsias. De concreto
temos que vários Maçons participaram da que seria a mais duradoura revolta
contra o império. Todavia houve maçons também participando pelo lado imperial.
Voltaire traduz muito bem o
pensamento e posicionamento Maçônico: -"Posso não concordar com nenhuma
das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você
dizê-las, sendo assim não é um fato como esse que faz desta um verdade, ou
mesmo uma mentira”.
Se não podemos afirmar que
foi dentro da maçonaria que se constituiu o ideal libertário da Revolta dos
Farroupilhas também não podemos dizer dizer que não foi um ato Maçônico, pois
Bento Gonçalves da Silva participou da fundação da primeira Loja Maçônica
(Philantropia & Liberdade) em Porto Alegre, que ocorreu no dia 23 de
novembro de 1831, sob a égide e obediência do Grande Oriente Nacional
Brasileiro, sendo também Bento Gonçalves, o primeiro Venerável Mestre dessa.
Assim como bento outros líderes da revolta também eram obreiros maçons.
Quase certo é que o início desta não pode
ser atribuída aos templos da Ordem, porque se isto aconteceu não deixou
registros que possam validar tais acontecimentos, com isto é mais provável
supor que o ato tenha sido sim de maçons, mas de forma idealista e individual dos
mesmos.
De todos os mitos, que foram
criados e divulgados, a fuga de Bento Gonçalves de sus prisão no Forte de São
Marcelo na Bahia é o que há de mais palpável, pois existem documentos dentro da
Ordem que constatam essa articulação.
Outro ponto inquestionável
a favor dos que afirmam a participação da Maçonaria na revolução é a Bandeira
Rio-grandense, que é carregada de símbolos maçônicos, idealizada por Coronel
José Mariano de Matos e desenhada pelo Major Bernardo Pires, oficiais
farroupilhas e Maçons:
1- Duas colunas - Remetem ao
templo de Salomão. Uma representa a moral e outra o apoio, quando unidas
significam a beleza. Força, beleza e sabedoria formam os grandes pilares que
sustentam uma loja maçônica.
2 - Estrelas - Com uma ponta
isolada para cima, representa o homem perfeito. Invoca sempre as influências
celestes.
3 - Ramos de acácia - Há
controvérsias sobre a espécie dos ramos, mas uma hipótese é a acácia, que
representa a imortalidade da alma e da própria iniciação maçom, que abdica de
vícios mundanos em busca do ideal da virtude.
4 - Triângulos - Repartido ao
meio, o losango pode ser visto como dois triângulos equiláteros. O triângulo é
um dos símbolos maçônicos de maior expressão. Se ampara nas qualificações da
“fé, esperança e caridade”, entre outros significados.
5 - Liberdade, Igualdade,
Humanidade: O tema é uma adaptação das palavras de ordem da Revolução Francesa
(Liberdade, Igualdade e Fraternidade), até hoje valores cultivados pela
Maçonaria.(Moisés Silveira de Menezes)
Pelo que li e entendi sobre a Revolução Farroupilha, a Maçonaria foi um dos pilares fundamentais. Além dos grandes lideres serem membros da maçonaria, não seria mera coincidência o empregarem a mesma simbologia. Os italianos (Garibaldi, Rosseti) que vieram para o Brasil, eram Carbonários, também, uma sociedade secreta.
ResponderExcluirExistem muita especulação e contradição em nossa história rio-grandense, mas neste ponto, muitas peças se encaixam para acreditar na participação intensa da Maçonaria no desenvolver da Revolução.