sexta-feira, 30 de junho de 2017

61º RODEIO DE POETAS CRIOULOS-MEDALHA VARGAS NETO

Textos –Candido Brasil
Fotos- Marilene Huff
Apresentação-Paulo de Freitas Mendonça









MOISÉS SILVEIRA DE MENEZES
AUTO RETRATO
Sempre tive esse rosto de hoje
Nostálgico
Impessoal
Tristonho
Olhos no longe
Mãos calejadas
Rito amargo nos lábios.
Jamais tive meu rosto de ontem
Sempre fui
Bem assim como sou
Coração já cansado
De andar por aí.
Não sei em que espelhos
Andei a mirar
O meu rosto de ontem.
Não sei quais espelhos
Esconderam de mim
O meu rosto de agora.
Por ocasião do 61º Rodeio de Poetas Crioulos realizado em Santiago dias 24 e 25 de Junho do corrente, evento organizado pela estância da Poesia crioula e Academia Santiaguense de Letras foi concedia a Medalha Vargas Neto ao Poeta Moisés Silveira e Menezes que foi um dos palestrantes do concorrido encontro que teve a participação de varias entidades culturais do estado com destaque para os organizadores e para a Academia Santa-mariense de Letras.
A medalha Vargas Neto,mais alta honraria da poesia regional do Rio Grande do Sul também foi concedida in memória ao Poeta Zeca Blau natural de Quevedos,cuja obra mais conhecida e admirada,Estância do abandono de dona Brasília Comarca, foi editada em são Pedro do sul na Tipografia do Comércio em 1933.
Moisés Silveira de Menezes nasceu em Lavras do Sul, a 28 de julho de 1954. Filho de Dari Dias de Menezes e Solomita Silveira de Menezes.Muito cedo mudou pata Tupanciretã onde cursou os primeiros anos escolares e posteriormente estudou na capital, onde, em 1976, concluiu a Academia de Polícia Militar.
Viveu a infância e adolescência na terrunha trindade dos municípios de Tupanciretã, São Pedro do Sul e Quevedos, onde têm suas raízes afetivas e fontes perenes de inspiração.
Moisés Silveira de Menezes é graduado em Letras, Português/Espanhol, poeta, compositor e pesquisador, tendo iniciado suas atividades literárias no Grupo Ronda, em 1983.
Coronel da reserva da Brigada Militar, com atuação destacada na área profissional e cultural, onde desempenhou o cargo de diretor cultural do Farrapos, Clube dos Oficiais da Brigada Militar.
membro efetivo da Estância da Poesia Crioula, da Casa do Poeta Rio-Grandense, do Grêmio Literário castro Alves, da Casa do Poeta de Santa Maria, da Casa do Poeta de São Pedro do Sul e da Associação Cultural Zeca Blau, de Quevedos .Em 24 de agosto de 2016 tomou posse na Academia Brigadiana de Letras, onde ocupa a cadeira nº 31, cujo Patrono é Manoelito de Ornellas.
Moisés Silveira de Menezes integra o “Grupo 15 Renascidos” que edita a revista Caosótica, veículo literário de circulação trimestral, que já ultrapassou a septuagésima edição.
É um poeta fiel às suas origens, telúrico e atávico, que escreve num estilo peculiar, criando imagens de campo e céu, fogo de chão e personagens habitantes de metáforas e realismos.
Sua criatividade poética e literária foge do comum, busca o inigualável, com o preciosismo das palavras e o rebuscamento estético da forma.
Sua trajetória literária inclui, em 1985, Tapera da ilusão, mostrando ao mundo seu amor e respeito pela terra gaúcha e sua gente.
Em 1989, publicou É fogo! Causos dos Bombeiros, em parceria com Gilberto Kröeff.
Em 2000, incursiona novamente na seara poética, publicando: Imagens do Sul.
A sua obra Das margens do Nilo às barrancas do Uruguai – Uma viagem pela geografia do verso, ensaio histórico – poético, é, além de uma declaração de amor à longa caminhada do verso, desde o antigo Egito até os nossos dias, um marco na história da poesia do Rio Grande do Sul, sendo premiado no IV Bivaque da Poesia Gaúcha, de Campo Bom e obtendo aprovação, como tese, no plenário do Congresso Tradicionalista do MTG, em Santa Cruz do Sul, em 1998, quando veio a ser editado pela primeira vez. Já em 2006 teve sua 2ª edição, dentro do projeto “IGTF ANO 30”, produzido pela Nativismo Editora, com lançamento na Praça da Matriz, no centro de Porto Alegre.
Em 2011 editou Tupan-Cy-Retan – Face Missioneira, ensaio histórico que aborda a história missioneira com destaque a fatos e acontecimentos no território de Tupanciretã, com origem do nome e seus primeiros habitantes.
Em 2012 publicou Tupanciretã-Tempo de Inconfidências. Trata-se de uma obra de valor histórico. Uma coletânea composta de 105 textos e poesias, com foco na literatura oral da cidade de Tupanciretã e de seus cidadãos, através de narrativas de fatos pitorescos envolvendo personagens que construíram a história humana do município. Tal obra era aguardada com muita expectativa pela comunidade local e surgiu do projeto “Raízes de Tupanciretã”, protagonizado pela prefeitura municipal e secretaria de educação, através de reuniões para contação de estórias relatadas e protagonizadas por munícipes.
Em 2015 lançou Peregrinas Inquietudes, uma obra diferenciada na seara da poesia Rio-Grandense, composta por 32 poemas singulares, avalizados por personalidades de renome no cenário literário e cultural, expressando, conforme suas visões, poemas pré-determinados.
E é desta forma que apresentamos excertos de algumas análises a respeito de seus poemas, como:
Do Presidente da Estância da Poesia Crioula, poeta Ubirajara Anchieta: “O poeta mergulha no sonho para acordar o poema”.
Do Poeta Léo Ribeiro de Souza: “Sempre admirei a versatilidade poética de Moisés Menezes porque andeja do versejar terrunho e galponeiro ao cantar mais despojado, contemporâneo e de rima livre, com a mesma facilidade e domínio da situação. Vai do galpão à casa grande sem perder o telurismo”.
Do desenhista e escritor da Academia Santa-Mariense de Letras Jorge Ubiratã da Silva Lopes, o Byrata: “Moisés Menezes é muito mais que um poeta”.
Da Professora, Mestre em teoria literária, Letícia Raimundi Ferreira: “Moisés é poeta, encontra na palavra um instrumento de prazer e de conhecimento”.
Do professor literaturas vernáculas da UFSM, Pedro Brum Santos: “A poesia de Moisés Silveira de Menezes, cujo compromisso telúrico é freqüentemente afirmado, seja na apurada seleção do vocabulário regional, seja no recorte de assuntos e motivos, desliza com naturalidade para o sentimento de lugar, de onde as imagens concorrem para resgatar as vivências do poeta entre seus semelhantes”.
Pois este poeta venerado e valorizado, participa ativamente de eventos culturais no mapa do Rio Grande do Sul, seja como jurado em festivais de música, poesia e arte declamatória ou como compositor e poeta, proporcionando a cantores e poetas o encantamento e o enriquecimento artístico.
Além de poeta e compositor, é um pesquisador profundo, atento a cada pormenor que envolve seu tema de estudo, como revelam os trabalhos publicados e as conferências realizadas para plateias distintas.
Ser de mente inquieta e plena de criatividade, Moisés Silveira de Menezes tem magníficos trabalhos elaborados que estão no prelo e em breve ao alcance dos leitores, como:Tupan-Cy-Retan-Tempo de Guerra:Diários do Coronel: Quevedos – Sua História, Sua Gente – obra literária de linha histórica; A Solidão da Palavra - Poesia de temática urbana; Canção de Andar em Silêncio, CD.
Em sua trajetória cultural este artista genuíno e diferenciado tem desenvolvido parcerias que geraram poemas gravados e musicados por alguns dos nomes mais expressivos do cenário musical gaúcho e premiações nos certames mais consagrados do calendário cultural poético e musical do estado.
Sua atuação no campo da cultura e especialmente na seara literária, tem produzido manifestações em forma de múltiplas homenagens, reconhecidamente merecidas, onde podemos citar:
Em 2010, o título de primeiro Patrono da Feira do Livro de Tupanciretã.
Em 2011 recebeu a Medalha Mérito Cultural da APESP – Associação Pró Editoração à Segurança Pública, instituição a qual é sócio fundador.
Em 2013 foi o poeta homenageado na Sesmaria da Poesia Gaúcha, considerado por muitos artistas o maior festival de poesias do estado do Rio Grande do Sul.
Em 2016 foi o poeta agraciado com o maior número de premiações nos festivais poéticos realizados no estado, vindo a receber o Troféu Destaques dos Festivais, do Blog Ronda dos Festivais, que efetua o acompanhamento de todos os certames ocorridos.
Suas produções literárias têm recebido opiniões louváveis que atestam a sua credibilidade e criatividade como podemos observar nas palavras de Colmar Duarte: “Nem todos são poetas, pintores ou músicos. Nem todos fazem poesia, nem todos compõem música, nem todos pintam telas. Mas conseguem vibrar na freqüência do autor, quando lêem quem escreve, escutam quem toca ou admiram uma tela de quem pinta. Pois existe uma linguagem da alma, indiferente a credos, a tempos a nacionalidades.
Moisés Menezes usa essa linguagem para transmitir em sua poesia, a um tempo, a sonoridade e os matizes que imprimem cadência e colorido a seus textos e o conteúdo profundo do sentimento que identifica o homem em qualquer lugar do planeta”.
De Joaquim Moncks, membro efetivo da Estância da Poesia Crioula e da Academia Rio-Grandense de Letras ,algumas de suas palavras:
“... Moisés Menezes, bom e antigo amigo: escritor, poeta e compositor. Homem multifacetado, com uma bonomia capaz de chamar a atenção dos que circulam em nosso meio literário-associativo e nos festivais de poesia e música por esse Rio Grande de Deus e alhures...
A reminiscência pastoril está vivificada no poeta Menezes e sua saga, porém é o pastor de ideias, o campeador lírico em seu território:
Depois a paz nas Campinas
Nos setembros, remembranças
Tiros de laços, ginetes
Crioulos potros levitam
Por sobre as flores dos pastos.
A face linda do poema
Que vem sorrir feiticeira
Na moldura da janela.
Moisés Silveira de Menezes desenvolve seus projetos literários, culturais e sociais, junto à Casa do Poeta de São Pedro do Sul e também na Augusta e Respeitável Loja Maçônica “Remanso”, germinando ideias e compondo paisagens, buscando relíquias nos campos da pesquisa e peregrinando inquietudes para nos brindar com obras enriquecedoras para os olhos e a alma.