segunda-feira, 23 de setembro de 2013

A MAÇONARIA E A REVOLUÇÃO FARROUPILHA






                                               

                As Lojas Maçônicas Remanso e São Pedro N° 125 realizaram na segunda-feira, dia 16, uma Sessão Magna Pública em homenagem à Epopeia Farroupilha, no Templo da centenária Loja Maçônica Remanso.
Os Veneráveis Mestres Gilberto dos Santos (Remanso) e Ibanês Freitas (São Pedro Nº 125), denominados na ritualística gauchesca de Patrões, conduziram a bela Sessão, prestigiada por aproximadamente 70 pessoas, entre maçons, familiares, visitantes e artistas, que abrilhantaram a noite em que a Maçonaria, mais uma vez, prestou sua homenagem aos heróis farroupilhas, dentre eles, importantes maçons.
                  Obedecendo um ritual gauchesco/maçônico, nas "Lidas do Dia", aconteceram as apresentações artísticas, iniciando com a interpretação da música Negrinho do Pastoreio pelo maçom João Rodolfo Bayer (Remanso), acompanhado pelo jovem músico Henrique Arboite Torrel De Bail. O maçom Walter Stein (São Pedro N° 125) declamou uma poesia, e, na sequência, a jovem Laura Amália Einloft interpretou no teclado a música Vento Negro. Da Loja São Pedro N° 125, o maçom Leonir Roati de Moraes, juntamente com os Irmãos Cézar, brindaram o público com 2 belas apresentações. A Seguir, com o acompanhamento de Henrique Arboite Torrel De Bail, o maçom Moisés Silveira de Menezes (Remanso) declamou a poesia intitulada "Tempo de Saudade". De Santa Maria; da Loja Maçônica Honra e Verdade, o maçom Marco Maioli, também encantou a todos com 2 belas músicas gaúchas. Finalizando as apresentações, o renomado poeta e declamador Francisco Miguel Scaramussa declamou uma poesia de autoria de Moisés Silveira de Menezes, “A Alma de Souza Netto”.
             Fechando com "chave de ouro" a bonita noite em homenagem a Epopeia Farroupilha, todos confraternizaram no salão de festas "Walter Herz", da Loja Remanso, com um tradicional churrasco.
             Entre os maçons ilustres presentes,destacamos o Venerável de Honra Ad Vitan, Arthur Carlos Spode e João Domingues Flores da Costa, ambos da Remanso e com 60 anos de Ordem Maçônica; Paulo Fernandes Gobus, deputado da Poderosa Assembléia Legislativa Maçônica, onde representa a Loja Remanso; o Venerável Mestre Hilton Brust, da Loja Honra e Verdade, de Santa Maria; e Melsar José Dal Ri, da Loja Rui Barbosa III, de Santa Maria.
               O papel desempenhado, ou mesmo se a maçonaria envolveu-se na Guerra dos Farrapos é fator ainda hoje de muitas controvérsias. De concreto temos que vários Maçons participaram da que seria a mais duradoura revolta contra o império. Todavia houve maçons também participando pelo lado imperial.
               Voltaire traduz muito bem o pensamento e posicionamento Maçônico: -"Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las, sendo assim não é um fato como esse que faz desta um verdade, ou mesmo uma mentira”.
                   Se não podemos afirmar que foi dentro da maçonaria que se constituiu o ideal libertário da Revolta dos Farroupilhas também não podemos dizer dizer que não foi um ato Maçônico, pois Bento Gonçalves da Silva participou da fundação da primeira Loja Maçônica (Philantropia & Liberdade) em Porto Alegre, que ocorreu no dia 23 de novembro de 1831, sob a égide e obediência do Grande Oriente Nacional Brasileiro, sendo também Bento Gonçalves, o primeiro Venerável Mestre dessa. Assim como bento outros líderes da revolta também eram obreiros maçons.
                 Quase certo é que o início desta não pode ser atribuída aos templos da Ordem, porque se isto aconteceu não deixou registros que possam validar tais acontecimentos, com isto é mais provável supor que o ato tenha sido sim de maçons, mas de forma idealista e individual dos mesmos.
                   De todos os mitos, que foram criados e divulgados, a fuga de Bento Gonçalves de sus prisão no Forte de São Marcelo na Bahia é o que há de mais palpável, pois existem documentos dentro da Ordem que constatam essa articulação.
                     Outro ponto inquestionável a favor dos que afirmam a participação da Maçonaria na revolução é a Bandeira Rio-grandense, que é carregada de símbolos maçônicos, idealizada por Coronel José Mariano de Matos e desenhada pelo Major Bernardo Pires, oficiais farroupilhas e Maçons:
                 1- Duas colunas - Remetem ao templo de Salomão. Uma representa a moral e outra o apoio, quando unidas significam a beleza. Força, beleza e sabedoria formam os grandes pilares que sustentam uma loja maçônica.
                 2 - Estrelas - Com uma ponta isolada para cima, representa o homem perfeito. Invoca sempre as influências celestes.
                3 - Ramos de acácia - Há controvérsias sobre a espécie dos ramos, mas uma hipótese é a acácia, que representa a imortalidade da alma e da própria iniciação maçom, que abdica de vícios mundanos em busca do ideal da virtude.
               4 - Triângulos - Repartido ao meio, o losango pode ser visto como dois triângulos equiláteros. O triângulo é um dos símbolos maçônicos de maior expressão. Se ampara nas qualificações da “fé, esperança e caridade”, entre outros significados.
                5 - Liberdade, Igualdade, Humanidade: O tema é uma adaptação das palavras de ordem da Revolução Francesa (Liberdade, Igualdade e Fraternidade), até hoje valores cultivados pela Maçonaria.(Moisés Silveira de Menezes)

Um comentário:

  1. Pelo que li e entendi sobre a Revolução Farroupilha, a Maçonaria foi um dos pilares fundamentais. Além dos grandes lideres serem membros da maçonaria, não seria mera coincidência o empregarem a mesma simbologia. Os italianos (Garibaldi, Rosseti) que vieram para o Brasil, eram Carbonários, também, uma sociedade secreta.
    Existem muita especulação e contradição em nossa história rio-grandense, mas neste ponto, muitas peças se encaixam para acreditar na participação intensa da Maçonaria no desenvolver da Revolução.

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