segunda-feira, 22 de novembro de 2010

auto retrato

            AUTO RETRATO
Moises Silveira de Menezes


Sempre tive esse rosto de hoje

Nostálgico
Impessoal
Tristonho

Olhos no longe
Mãos calejadas
Rito amargo nos lábios.

     Jamais tive meu rosto de ontem

Sempre fui
Bem assim como sou
Coração já cansado
De andar por aí.


         Não sei em que espelhos
Andei a mirar
O meu rosto de ontem.

Não sei quais espelhos
Esconderam de mim
O meu rosto de agora.






segunda-feira, 15 de novembro de 2010

CANÇÃO DO EXÍLIO 2001

CANÇÃO DO EXÍLIO 2001


        Moisés Silveira de Menezes




Minha terra sem palmeiras
muitos palmos, muitos palmos
de terras enconflitadas
sabiás sabicantantes
migraram pra não sei donde
retinem sons de gorgeios
de violas desencordoadas
retumbam sons desencantos
na boca dos miseráveis


Nem céu com estrelas mil
nem várzeas floriflorindo
verdes sem vidas amores
mudam o andado e o andar...
sem palmeiras nem pomares
a fome ronda o irmão
o irmão ronda o irmão.


“Não permita Deus que eu morra”
sem palmeiras bandeirando
sabiás trinicantando
palmeiras mares pomares
ver verdes varzifloridas
sem penhores, sim senhores
sem palmares sem palmares.