Segundo Octávio Paz: “ A poesia pertence a todas as épocas: é a
forma natural de expressão dos homens. Não há povos sem poesia, mas existem os
que não têm prosa. Portanto, pode-se dizer que a prosa não é uma forma de
expressão inerente à sociedade, ao passo que é inconcebível a existência de uma
sociedade sem canções, mitos ou outras expressões poéticas. A poesia ignora o
progresso ou a evolução, e suas origens e seu fim se confundem com os da
linguagem. “Assim vejo essa obra que representa uma recolha dos poemas de
Carlos Omar Vilela Gomes em seu andar pelos festivais, pelos encontros de arte,
pelas noites, pelas mesas dos bares, pela vida .
Reuniu o poeta uma ponchada de versos
que contam a história de um tipo social em seu momento histórico/sociológico,
traz à tona um mito que teima em não morrer e, fundamentalmente nos traz o
canto da aldeia com linguagem renovada, universal, dentro da mais autêntica e
original concepção Tolstoiana.
Carlos Omar não canta o gaúcho como o fez
Jaime na sua majestosa e única forma olhando para si mesmo e para os seus, pois
eram eles os gaúchos na sua expressão mais autêntica .Por outro lado o gaúcho
de Carlos Omar é o mesmo de Jaime, visto
de outro ângulo, com outra roupagem, um olhar da janela do escritório para o
campo, nostálgico, projetado, projetando. Não há aqui mudança de objeto de
estudo do poeta, há sim uma descrição nova, um novo olhar, novas cores, fruto
do ângulo de mirada , da vivência, do conhecimento de mundo que vem pesando a
mala de garupa do cantor de Uruguaiana.
Jaime
e os Dez Mil Poetas concede a Carlos Omar Vilela Gomes um lugar de destaque
na Confraria onde brilham Vargas Netto, Ascasubi, Del Campo,Jaime Caetano Braun,
José Hilário Ayala Rettamozzo, Hernandez, Aparício da Silva Rillo, Antonio
Augusto Ferreira,Hidalgo, Colmar Duarte e outros vates que se notabilizaram
cantando a Aldeia Grande do gauchismo sul-americano.
Moisés Silveira de Menezes
Poeta-Licenciado em Letras Port/Esp
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